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segunda-feira, 23 de julho de 2007

Diario de um cão


1ª semana. Hojé faz uma semana que nasci!
Que alegria ter chegado a esse mundo!!!

1 mês.
Minha mamãe cuida muito bem de mim. é uma mãe exemplar.

2 meses.
Hojé me separaram de mamãe. Ela estava muito inquieta e com seus olhos me disse adeus como esperando que minha nova

"família humana" cuidasse bem de mim, como ela havia feito.

4 meses. Cresci muito rápido, tudo chama minha atenção.
Há várias crianças na casa que são como meus "irmãozinhos".
Somos muito levados, eles me jogam uma bola e eu os mordo jogando.

5 meses. Hojé me castigaram, minha dona se zangou porque fiz"pipi" dentro de casa... mas nunca me disseram onde eu deveria fazer.

6 meses. Sou um cão feliz. Tenho o calor de um lar, sinto-me seguro e protegido...Creio que minha família humana me ama muito...

Quando estão comendo me convidam, o pátio é somente para mim e eu estou sempre cavoucando, como os meus antepassados lobos, quando escondiam a comida.

Nunca me educam, seguramente porque nada faço de errado.

12 meses. Hojé completei um ano. Sou um cão adulto e meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam.
Que orgulhosos devem estar de mim!!!

13 meses. Como me senti mal hoje...
Meu"irmãozinho" tirou a minha bola. Como nunca pego seus brinquedos fiu atrás dele e o mordi. Mas como meus dentes estão muito fortes, machuquei-o sem querer.
Depois do susto me prenderam e quase não posso me mover para tomar um pouco de sol. Dizem que sou ingrato e que vão me deixar em observação... não entendo nada do que está acontecendo.

15 meses. Tudo mudou... vivo preso no pátio...na corrente...me sinto muito só...minha família já não me quer.
As vezes esquecem que tenho fome e sede e quando chove não tenho teto que me cubra...

16 meses. Hoje me tiraram da corrente.
Pensei que tinham me perdoado...Fiquei tão contente que dava saltos de alegria e meu rabo parecia um molinete...
Parece que vou passear com eles.

Subimos no carro, atrelamos o carreto e andamos um grande trecho quando pararam. Abriram a porta e eu desci correndo, feliz, crendo que era dia de passeio no campo.
Não entendo porque fecharam a porta e se foram...

"Esperem"!!!_lati..."esqueceram de mim...!!!".
Corri atrás do carro com todas as minhas forças...minha angústia aumentou ao perceber que o carro se afastava e eles não paravam. Tinham me abandonado...

17 meses. Procurei, em vão, achar o caminho de volta á casa.
Sento-me no caminho, estou perdido e algumas pessoas de bom coração que me olham com tristeza e me dão algo de comer...

Eu agradeço com um olhar do fundo de minha alma...quisera que me adotassem, eu seria leal como ninguém.
Pórem eles apenas dizem "pobre cãozinho, deve estar perdido".

18 meses. Outro dia passei por uma escola e vi muitas crianças e jovens como meus "irmãozinhos". Cheguei perto e um grupo deles, dando risadas, atirou-me uma chuva de pedras "para ver quem tinha melhor pontaria"...uma dessas pedras atngiu um dos meus olhos e desde então não enxergo com ele.

19 meses. Parece mentira mas quando eu estava mais bonito as pessoas se compadeciam mais de mim...
Agora que estou muito fraco, com aspecto bem mudado...perdi meu olho, as pessoas me tratam a pontapés quando pretendo deitar-me na sombra...

20 meses. Quase não posso me mover. Hoje, ao atravessar a rua por onde passam os carros, um deles me atropelou. Pelo que sei, estava num lugar seguro chamado"sarjeta", mas nunca vou me esquecer do olhar de satisfação do motorista. Acho que ele fez de propósito.
Oxalá tivesse me matado...porém só me deslocou a cadeira. A dor é terrível, minhas patas traseiras não me rspondem e com dificuldade me arrastei até uma moita de ervas fora da estrada...

Já fazem 10 dias que estou em baixo de sol, chuva e frio, sem comer. Não posso me mover, a dor é insuportável.
Sinto-me muito mal, estou num lugar úmido e parece que meu pelo está caindo. Algumas pessoas passam e não me vêem; outras dizem:"não se aproximem".Já estou quase inconsciente, pórem uma força estranha me fez abrir os olhos.

A doçura de sua voz me fez reagir. "Pobre cãozinho, veja como te deixaram", dizia...junto a ela estava um senhor de roupa branca que começou a tocar-me e disse: "Sinto muito senhora, mas esse cão já não tem remédio, o melhor é que deixe de sofre." A gentil dama consentiu, com os olhos cheios de lágrimas. Como pude, mexi o rabo e olhei para ela agradescendo por me ajudar a descansar...Senti somente a picada da injeçao e dormi para sempre, pensando em porque nasci, se ninguém me queria...

Trate seu cãozinho com amor porque ele te ama incondicionalmente!

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